domingo, 29 de dezembro de 2024

"Nossa história em documentários"

 A história de Três Barras - SC já foi contada e recontada muitas vezes, em livros, artigos de jornais e também em documentários em vídeo. Uma história que chama a atenção em grande parte, devido a presença dos norte-americanos com sua gigantesca serraria "Lumber", no início do século passado.

   No popular Canal Youtube, há alguns documentários sobre a nossa Três Barras e que muitas vezes passam despercebidos pelo público.

Para quem desejar saber um pouco mais da história da Lumber e do município de Três Barras, vou indicar os seguintes documentários:

1º - "Três Barras, a sua história" (lançado em 2024): é um ótimo documentário que traz depoimentos do escritor Pedro Pacheco, do artista Augustinho e de outras pessoas da comunidade. Pedro Pacheco é também o autor do livro "A história de um nome". Uma produção bem completa, com belas imagens e que merece a atenção de todos.




2º "O aço e a madeira": ( 2015  ) é um documentário que mostra cenas gravadas dentro da área da antiga Lumber (hoje CIMH) e conta com o depoimento da senhora Estacha Ferreira, que na época estava com 90 anos. Tem um bom nível de pesquisa e informações e vale a pena assistir.




3º "Um pé de quê?" (2002). Produzido pelo Canal Futura e contando com a apresentação da atriz Regina Casé, o documentário sobre a árvore de nome imbuia, abordou a relação da Lumber com a madeira. A equipe do programa "Um pé de quê?" filmou na mesma época em Canoinhas, o documentário sobre a erva-mate.


Apresentadora Regina Casé.

4º "Lembranças da Lumber": (2012) era um trabalho escolar realizado por um grupo de alunos do Ensino Médio (EEB General Osório) e que contou com a colaboração de pessoas da comunidade. Numa linguagem mais simples, também procurou passar a sua mensagem na preservação da memória local.


5º "A lumber por elas": (2014) também era um trabalho escolar realizado por outros alunos a nível de Ensino Médio. Dessa vez os alunos se concentraram mais em depoimentos de algumas senhoras tresbarrenses: Abigail Bishop, Charlotte de Souza, Amene e Neca Uba. A peculiaridade dos depoimentos é muito rica, porque ficamos sabendo de detalhes que raramente estão nos livros que falam sobre a Lumber. É um trabalho bem interessante.


Professora Abigail Pacheco Bishop.





6º "A escola e a história": (2022) também realizado por alunos e professores, é um pequeno documentário que conta sobre fatos da história de Três Barras relacionados à Escola General Osório (a mais antiga da cidade). A escola que completou 85 anos de atividades neste ano de 2024, é um referencial para muitas pessoas que nela estudaram ou trabalharam.


Enfim, todos os documentários tem o seu valor. Sejam eles mais simples ou mais produzidos, o importante é o interesse na valorização da nossa história.

sábado, 27 de janeiro de 2024

"Os 63 anos de Três Barras".

 


Foi nos idos de 23 de janeiro de 1961, que Três Barras passou a município. Agora em 2024, está completando 63 anos da sua emancipação política.

     Era desejo do governador da época, Heriberto Hulse, nomear Cyríaco Felício de Souza como o primeiro prefeito de Três Barras. Pois o mesmo era líder do "Grupo dos 11" e muito havia batalhado para que o distrito se tornasse mais um município a compor o Estado de Santa Catarina.

    Porém, o grande líder se encontrava muito doente e por isso, quem assumiu o cargo foi seu genro Emiliano Uba e logo em seguida, seu filho José Felício de Souza (Juca). Anteriormente, a localidade teve muitas histórias que compreendem a chegada das famílias pioneiras (os Pachecos e os Cordeiros) em grande parte vindos da Lapa - PR, a instalação da grande Serraria Lumber, a ferrovia, etc.

    Tendo nascido em 1960, conheci uma Três Barras com dois mil habitantes, uma cidade encantada, onde todos se conheciam e frequentavam a mesma escola: o Grupo Escolar "General Osório". Nas tardes de domingo, a área do CIMH (antiga Lumber) era onde se concentrava toda a diversão da cidade (cinema, estádio de futebol, parque infantil e salão para domingueiras).Havia uma forte amizade entre os militares e a comunidade local.



   Gostava muito de passear pelos becos que cortavam o centro da cidade. Eram caminhos longos, cujos fundos das casas davam para os becos. Nos meses de verão, todas as casas tinham em seus quintais, infinito milharal e junto do mesmo, rastejantes, melancias e abóboras. Para mim tinha um certo encanto ir passeando pelos becos ladeados de milharais. Também haviam galinheiros com frangos, patos, gansos e marrecos. Coisas que não existem mais.



   Os Clubes Operário e Entre Rios proporcionaram muitos bailes, danças de carnaval, e outros eventos mais. Era uma época saudável e muito familiar.

   No antigo Hotel América, nos anos 60 já chamado de Hotel e Bar Tupã, havia uma sorveteria. Que delícia sentar ali para tomar um sorvete e já ficar sabendo qual seria o cartaz do filme de domingo. Pois os cartazes do cinema eram pregados num grande quadro de madeira, que ficava exposto diante do hotel. 

Cinema do CIMH

    Veio o progresso, trouxe fábricas e muitos empregos. Puseram no chão o pavilhão do futebol, os clubes recreativos, o cinema também desabou por falta de cuidados e hoje somos uma cidade muito carente na parte de entretenimento.



    Haveria tantas coisas mais para contar, mas vou ficando por aqui, deixando um pouco para uma nova ocasião. (José Fco. de Souza)