sábado, 2 de novembro de 2019

"Poetisa Helena Kolody"

Famosa poetisa paranaense, Helena Kolody nasceu em Cruz Machado (PR) no  dia 12 de outubro de 1912.Era filha do agrimensor Miguel  e de Vitória Kolody.
Quando tinha apenas um ano de idade, em 1914 mudou-se para Três Barras, que na época pertencia ao estado do Paraná.Sua família residiu numa casa que ficava ao lado da Sociedade União Operária, que existiu até há pouco, sendo agora propriedade da família Baranhuke.Conforme nos mostra o documentário "Helena de Curitiba" (disponível no canal Youtube) ela teria morado também na casa de frente à escola, onde depois foi cartório do senhor Guedes e bem mais tarde foi comprada pela família Fiolek.
Residiu em Três Barras até o ano de 1920, quando estava com oito anos de idade.Mudou-se com a família para Rio Negro - PR.

     

Entre os anos 80 e durante toda a década de 90, a poetisa se tornou muito popular na cidade de Curitiba, onde residia.Recebeu todas as honrarias e reconhecimento dos meios literários.Seu primeiro livro de poesias foi publicado em 1941: "Paisagem Interior".
Autora de vários livros, a famosa poetisa faleceu em 15 de janeiro de 2004, aos 91 anos de idade, em Curitiba.Para nós tresbarrenses é uma honra saber que uma poetisa tão ilustre, num passado bem distante, aqui residiu.Era justamente o período do conflito do Contestado que durou de 1912 a 1916 e dos trabalhos da Companhia Lumber.

Casa onde teria residido Helena Kolody em Três Barras - SC.

O poema em que a poetisa menciona sua vida em Três Barras, se chama "Infância" e foi escrito em 1951.

INFÂNCIA 


Aquelas tardes de Três Barras,
Plenas de sol e de cigarras!

Quando eu ficava horas perdidas
Olhando a faina das formigas
Que iam e vinham pelos carreiros,
No áspero tronco dos pessegueiros.

A chuva-de-ouro
Era um tesouro,
Quando floria.
De áureas abelhas
Toda zumbia.
Alfombra flava
O chão cobria...

O cão travesso, de nome eslavo,
Era um amigo, quase um escravo.

Merenda agreste:
Leite crioulo,
Pão feito em casa,
Com mel dourado,
Cheirando a favo.

Ao lusco-fusco, quanta alegria!
A meninada toda acorria
Para cantar, no imenso terreiro:
“Mais bom dia, Vossa Senhoria”...
“Bom barqueiro! Bom barqueiro...”
Soava a canção pelo povoado inteiro
E a própria lua cirandava e ria.

Se a tarde de domingo era tranquila,
Saía-se a flanar, em pleno sol,
No campo, recendente a camomila.
Alegria de correr até cair,
Rolar na relva como potro novo
E quase sufocar, de tanto rir!

No riacho claro, às segundas-feiras,
Batiam roupas as lavadeiras.
Também a gente lavava trapos
Nas pedras lisas, nas corredeiras;
Catava limo, topava sapos
(Ai, ai, que susto! Virgem Maria!)

Do tempo, só se sabia
Que no ano sempre existia
O bom tempo das laranjas
E o doce tempo dos figos...

Longínqua infância... Três Barras
Plena de sol e cigarras!




Vista do centro de Três Barras - SC


domingo, 7 de abril de 2019

"80 anos da Escola"

Neste ano de 2019, a mais antiga escola de Três Barras, a Escola de Educação Básica "General Osório" está completando 80 anos de atividades dedicadas à educação.Inaugurada em 16 de março de 1939, como Grupo Escolar, teve como seu primeiro diretor o senhor Júlio Cantizano.Antes da construção do Grupo, havia no mesmo local a pequena Escola Isolada "João Pessoa".Também haviam duas escolas nas línguas polonesa e ucraniana.Na cidade existia uma grande serraria norte-americana, a Lumber.
Grupo Escolar "General Osório"

Devido ao grande número de crianças em idade escolar (filhos dos funcionários da Lumber) fez-se necessário a construção de uma nova escola, que oferecesse estudo para todos.
     Na Presidência do Brasil se encontrava Getúlio Vargas, pessoa muito nacionalista, que gostava de homenagear os heróis da Pátria, colocando seus nomes em escolas, aeroportos, hospitais, etc.Sendo assim, nossa escola ganhou o nome de General Osório, pessoa de destaque no reinado de D. Pedro IIº, durante a Guerra do Paraguai.

General Osório (Patrono da Escola)

Durante várias décadas, a escola foi a única em Três Barras.Mais tarde surgiram a Escola Municipal "Guita Federmann" e depois o Colégio Estadual "Colombo Machado Salles".Podemos dizer que hoje, a Escola "General Osório" é a vovó das escolas do nosso município e por isso merece todo nosso carinho e respeito.
       O dia do Patrono é comemorado em 24 de maio, data em que General Osório saiu-se vitorioso na Batalha de Tuiuti.

"80 anos" (1939 - 2019)

Parabéns Escola, parabéns Mestres que nos dedicaram seu precioso tempo a nos ensinar a ciência do saber.

Durante as comemorações dos 80 anos da escola, várias ex-professoras se fizeram presentes na Unidade Escolar, para contar aos alunos um pouco sobre como era a escola em épocas passadas e também para matar as saudades de quando ali trabalharam.
Professoras Aglaé, Abigail e Alda nos 80 anos da Escola.

Professora Alda Olsen.



Professoras Isailda, Irina e aluna Bruna.

Dona Bega recebendo uma lembrança da aluna Letícia.

Dona Aglaé e a aluna Isadora.

Professora Fátima Uba.

Ex-diretora Izarina, prof. José e professora Elizabete. 


 Ex-alunos: Giovane, Elisabete e Izarina Guebert.



Professora Fátima e seu sobrinho Félix. 


Ex-alunos: Carlos Eduardo e Luciane Fiolek. 

Duas ex-diretoras: Denise e Rosélis de Souza. 


 Ex-alunos: os irmãos Denise e José.


Prof. José e ex-aluna Cirléia.


quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

"Entardecer em Três Barras"

Um lindo entardecer de verão na nossa Três Barras.
Uma terra de muitas histórias...
Primeiro foram os tropeiros, depois os norte-americanos e com eles os imigrantes europeus, que foram colonizando e povoando as terras paranaenses.
Mais tarde então território de Santa Catarina, Três Barras era apenas um lugarejo, um povoado elevado a Distrito de Canoinhas.
 Somente em 23 de janeiro de 1961, após muitos anos de luta foi que a cidade passou a município.Mesmo assim, havia uma grande parcela que não se importava muito com essa questão e preferia continuar na condição de Distrito.
   Nesses 58 anos de município, pouco se escreveu sobre Três Barras.
Duas pequenas contribuições nos foram oferecidas através dos seguintes livros:
"Casa Brasileira", de Jorge de Souza (2007 e 2013) onde o autor além de relatar a vida em família, nos conta um pouco sobre a vida da vila tresbarrense durante o funcionamento da serraria Lumber.



     Já o livro "Contos e Crônicas de Três Barras", de José Francisco de Souza (2017) é um misto de ficção e realidade, com relatos de moradores tresbarrenses a respeito de como era a vida no decorrer dos anos 60 no CIMH.
Dois livros que merecem a atenção de todos aqueles que desejam saber um pouco mais sobre a nossa Três Barras.