sábado, 19 de agosto de 2023

 Os 70 anos do Campo de Instrução "Marechal Hermes".


Parece que foi ontem, mas já fazem 70 anos que o Campo de Instrução "Marechal Hermes" se instalou em Três Barras. Foi em 1953, que na área da antiga serraria Lumber, passou a funcionar o CIMH. Diferente de outras cidades onde existem as vilas militares, em Três Barras, nessa área residiam muitos moradores (ex-funcionários da Lumber). Haviam também o cinema, o estádio de futebol, o armazém e outras coisas mais, de utilidade pública para todos os moradores da vila tresbarrense.
    O Exército por sua vez, procurou conviver da melhor maneira possível, autorizando que os particulares continuassem residindo na área e que prosseguissem frequentando o cinema, o campo de futebol, o armazém, o parque infantil, etc. Nos finais de semana, todo o lazer da população estava na área militar.

Escritório do CIMH


Portão de entrada do CIMH - (foto de 1965)


     E assim foi até o final do ano 2000, quando os últimos moradores particulares deixaram a área, que a partir de então se tornou exclusivamente militar. Já não existem mais o cinema, o hospital, o armazém  e nem as casas dos funcionários (que eram bem antigas). Do estádio de futebol ainda resta o campo, sem pavilhão.





Cinema que funcionou até 1980.

Casa do coronel militar


Sargentos, Tenentes ou Majores (geralmente residiam nessa casa).

Outra residência de Oficiais Militares

       No decorrer dos anos 60, as formaturas do Grupo Escolar "General Osório" aconteceram no cinema. Era um espaço cultural muito bem cuidado e requisitado. De 1964 até seus últimos dias de funcionamento nos anos 70, o cinema ficou aos cuidados da família do senhor Atanázio Brás.

AS FORMATURAS NO CINEMA - ANOS 60:

1966



1967


1963

1968
           Ao longo desses 70 anos, muitas histórias aconteceram entre a comunidade tresbarrense e o Campo de Instrução. As pessoas que residiram na área militar, que trabalharam para as famílias de militares ou que serviram o Exército nesse quartel, ainda hoje mantém viva as lembranças daqueles momentos...

DA MEMÓRIA TRESBARRENSE...


Do alto dos seus 84 anos, dona Guenha (Genoveva) ainda recorda que aos 12 anos entrou para trabalhar como pajem de duas crianças, na casa do coronel Francisco José Ludolf Gomes. De pajem, passou à cozinheira, aprendendo tudo através de livros de receitas. Saiu de lá, para ir trabalhar no Hotel América.


Desfile de 7 de setembro (1960) passando diante do Armazém do CIMH.

Eliseu Munhoz foi soldado entre os anos de 1965-1966, ocupando a função de motorista. Travou uma grande amizade com o coronel Ovídio Souto da Silva. E por ser tão fiel ao coronel, acabou sendo preso pelo tenente. Lembra Eliseu em boas gargalhadas. Era o tempo dos Beatles e da Jovem Guarda, continua Eliseu. E eu comprei uma lambreta vermelha, que fez muito sucesso.

O saudoso Vádio Olcha, que chegou a trabalhar na "Bombinha" (junto ao riozinho) contava que no verão, costumava matar uma cobra por dia. A pequena casa das bombas era muito próxima do mato e da água.Então, cobra era mato. Mas para mim, dizia ele: era o mesmo que matar um pernilongo.

A maioria dos moradores da área denominada "Acampamento" , tinham sempre uma história assombrada para contar.Quando todos iam dormir, começavam os barulhos no teto da casa.
Com certeza, as casas também eram pousadas das raposas...

Os antigos barracões deixados pela Lumber  e que ficaram em pé durante vários anos, serviram de inspiração para muitas histórias de assombrações. Todo mundo sempre teve alguma história mal contada com relação aos barracões.

              E assim transcorreram os 70 anos. Parabéns CIMH.


Desfile de 7 de setembro de 1960.