segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

"Era uma vez...no CIMH"

   Nos distantes anos sessenta, havia no coração de Três Barras um local que parecia encantado, dominado por suas extensas áreas verdes, campos floridos, caminhos de eucaliptos, cercas de ripas brancas e as varandas que predominavam em todas as casas.Sentia-se ali certa magia deixada pela antiga serraria Lumber.

      Era como se nos barracões ainda existentes e nos pedaços de trilhos deixados pelos caminhos permanecesse uma forte presença da cultura dos imigrantes, da honra e da nobreza do povo europeu.

         Nas ruas cobertas de pedregulhos, casais de namorados desfrutavam das ensolaradas tardes de domingo, que se tornavam ainda mais coloridas com o passar das famílias que se dirigiam ao cinema, ao campo de futebol ou ao cassino, nas inesquecíveis domingueiras.

Sim, esse lugar realmente existiu.Era o CIMH dos anos sessenta.



    Nas décadas de 50 e 60, os desfiles de 7 de setembro saíam do Grupo Escolar "General Osório" e terminavam no campo de futebol.

Todo domingo havia futebol e uma vez durante o ano aconteciam os Festivais Esportivos, onde era escolhida a rainha do time do Três Barras Esporte Clube.

Em 1983, o prefeito da época, em conjunto com o coronel do CIMH mandaram demolir o pavilhão, porque desejavam construir algo mais moderno e com maior comodidade.Porém o projeto nunca saiu do papel.E com o tempo, as cercas foram caindo e o abandono tomou conta de tudo.





CINEMA

                 O cinema funcionou desde os tempos da Lumber até meados de 1980.Por volta do ano de 1968, passou por uma reforma e ampliação na sala de projeção, incluindo aí a mudança da tela, que passou a cinemascope.

Dos meus tempos de cinema, de 1966 em diante, só recordo das sessões nos finais de semana e no dia da criança.Anteriormente, contam que havia sessões à noite, durante a semana.Na época era algo muito mágico, porque não conhecíamos a televisão, circo e teatro por aqui, eram coisas raras.Então o cinema era tudo de bom

Romance só na tela?
Que nada.Era na plateia que os namoros estavam a todo vapor.Ali aconteceram muitos encontros e a emoção do primeiro beijo.Namoros que iniciaram no cinema, acabaram em casamento.



Término de uma sessão de matinê no domingo à tarde, por volta das 16:30, como sempre acontecia.Saindo do cinema, muita gente seguia para o Estádio de Futebol, aproveitando um finalzinho do jogo que ia até 17:30 e às vezes até as 18:00 horas.

Parque Infantil

Diante da casa do coronel ficava um parque infantil, que era um espaço de lazer para as mães levarem seus filhos nas tardes de domingo.




Casa do Coronel

Uma jovem tresbarrense nos anos 60, diante do parquinho.

"Cassino dos Oficiais"

Era um salão ao lado do cinema, muito utilizado para jantares, coquetéis e eventos do pessoal militar.Mas também era aberto para tardes dançantes (domingueiras), bailes de carnaval, juninos, etc.Em dezembro sempre, acontecia a chegada do Papai Noel no cassino, distribuindo doces e presentes.

           Bailes, domingueiras, dancinhas de carnaval...tudo acontecia no cassino.


O momento da chegada do Papai Noel no cassino, era esperado com alegria por muitas crianças que viveram no CIMH dos anos 60.