Jorge de Souza, nasceu no dia 19 de abril de 1929 em Três Barras - SC. Era filho do comerciante e padeiro Cyríaco Felício de Souza (natural de Itajaí - SC) e de dona Elza Borchart (natural de Magdeburgo - Alemanha).
Ainda muito jovem, na metade da década de quarenta foi fazer um teste na Estação Ferroviária, para trabalhar com o telégrafo. Conseguiu o emprego e foi mandado para trabalhar na Estação de Rio Natal, próximo das cidades de São Bento e Rio Negrinho, na serra.
Assim teve início a carreira desse jovem tresbarrense, que mais tarde se envolveria na política local, elegendo-se vereador por várias vezes.
Transcorria o ano de 1951, quando Jorge casou com a jovem Charlotte Ossaif (filha do comerciante Natal e de dona Maria Ossaif). Dessa união tiveram sete filhos, sendo quatro rapazes e três moças.
Na década de sessenta encontrou então uma nova companheira chamada Edite Moretti, com quem teve mais dois filhos: uma moça e um rapaz. Passando então a fixar residência em Canoinhas.
No ano de 1973, seu irmão Juca (José Felício de Souza) foi eleito prefeito de Três Barras e convidou Jorge para trabalhar com ele no setor administrativo da prefeitura municipal. Ficou nessa função até o final de 1976. Depois retornou ao emprego de Agente de Estação e a partir de 1979 passou a residir na casa da Estação Ferroviária, onde ficou até a sua aposentadoria em 1982.
Pensando no futuro dos filhos, em 1984 resolveu mudar para Curitiba e lá ficou até outubro de 1988. De lá, mudou para Balneário Camboriú, onde residiu durante trinta e quatro anos.
Era o ano 2000, início de um novo século e Jorge de Souza sentiu-se motivado a escrever suas memórias. Porém, as memórias se transformaram na história da origem de Três Barras, com a Empresa Lumber e os primeiros moradores que nela se estabeleceram.
Os filhos costumavam visitá-lo nas férias de verão, ocasião em que Jorge aproveitava para ler e mostrar a eles os seus manuscritos, na esperança de publicar seus textos em forma de livro. Conversavam muito, mas no final, tudo voltava para a gaveta.
Seu filho José, um pouco conhecedor da arte literária, foi quem decidiu levar as ideias do pai adiante. Começou a procurar por Leis de Incentivo à Cultura, conversou com políticos do Estado de Santa Catarina, tentou diversos caminhos, sem nada conseguir.
Publicar um livro era caro. E ainda é. As Editoras têm suas normas, nunca querem publicar menos de 500 livros e o ideal para a mesma, é uma edição de 1000 livros.
Mas, no desejo de proporcionar um momento alegre para seu pai, José bancou sozinho a primeira edição do livro "Casa Brasileira", que foi lançado em 19 de abril de 2007, com Sessão Solene na Câmara Municipal.
1ª edição - 2007
Doutor Antônio Merhy Seleme recebendo o livro autografado por Jorge de Souza (2007).
Na foto: logo à frente (Jucy Varella e sua filha Jeanine). Aos fundos (Neca e Amene, Giovane Guebert, Gebrael e Chimune, Irene Jenzura e Abigail Bishopp, etc.).
Era o dia 19 de abril de 2007, ocasião em que o autor completou 78 anos.
Autografando para Vera e Márcio Moskwyn.
2ª edição - 2013
O livro foi muito comentado e logo se esgotou. Havia público para mais uma edição e novamente lá foi o José fazer mais uma surpresa. Revisou todo o texto, mudou a capa, encontrou um novo editor em Curitiba e em 2013 era lançada a segunda edição.
Mas, Jorge de Souza lia muito e sabia muitas coisas sobre Três Barras. Queria escrever mais e continuou escrevendo. Em 2020, na ocasião do seu aniversário de 90 anos, estava pronto seu segundo livro: "Memórias de um ferroviário". Dessa vez, a edição foi custeada pelo próprio autor. Concedeu entrevistas para vários jornais locais, conversou com os alunos da escola "General Osório" e respondeu muitas cartas dos alunos do "Colombo Machado Salles". Enquanto viveu, contou e divulgou a história da sua cidade para todos aqueles que desejavam ouvir.
No recente ano de 2021, sua saúde passou a demonstrar certa fragilidade, agravando-se mais no início do corrente ano de 2022. Ainda esteve em Três Barras por ocasião da Páscoa, reunindo-se com seus filhos, netos e bisnetos para comemorarem o seu aniversário de 93 anos que seria no dia 19 de abril.
Retornou a Balneário Camboriú e naquela cidade veio a falecer no dia 08 de agosto de 2022. Deixou para o município de Três Barras, registrada um pouco da história com a qual conviveu: a empresa dos norte-americanos (Lumber), os primeiros moradores da vila, as famílias pioneiras da região e os imigrantes, cada qual com a sua tradição. Lembramos que há vários autores tresbarrenses com livros já publicados. Porém, nenhum é realmente sobre a história da cidade. Muito se falou sobre Lumber e Contestado...mas sobre Três Barras, até o momento, ele foi o único. Esperamos que no futuro, outros autores possam surgir e que também sintam a necessidade de preservar a memória tresbarrense.
No ano de 2018 o autor visitou a EEB "General Osório", onde em conversa com uma turma de alunos, contou como era a escola no seu tempo de estudante e inclusive cantou para os mesmos o Hino Polonês.
José e seu pai Jorge diante da EEB "General Osório" - 2018.
Em Três Barras comemorando seu aniversário de 92 anos.